E se a nossa filha sofresse de bullying?

DSC_6780É dos maiores pesadelos para os pais: o que fazer quando suspeitamos que a nossa filha sofre de bullying?

O bullying – a perseguição malvada que algumas crianças sofrem – é terrível, destruidor, e assustador para os pais, que não sabem o que fazer para ajudar os seus filhos.

Apesar do nome moderno, não é um fenómeno recente, quando eu era criança havia crianças capazes de ser más e de influenciar outras alinhando em comportamentos de agressão psicológica que hoje em dia não teriam outro nome: bullying puro.

Eu não tenho consciência de ter sido perseguida, mas sei que fui influenciada em decisões e aceitei comportamentos que hoje, com uma maturidade que veio com a idade e a experiência, não eram aceitáveis. A assertividade, a capacidade de me impor e fazer valer a minha opinião não era o meu forte aos 11, 13 anos.

Na minha filha mais velha reconheço muito de mim: uma vontade de ser aceite, uma enorme doçura, uma resistência a magoar os outros e a fazer-lhes frente. Uma grande sensibilidade às palavras e acções dos outros e fragilidade quando atacada e ferida pelas palavras, tom e atitude dos outros reagindo como uma ostra a fechar, e em caso extremos e felizmente pontuais, num pranto de partir o coração.

Desde que começou o novo ano ela fala-nos numa menina que não é sua amiga, que é má para ela. Para explicar a situação vou chamá-la de “Maria” (não é o nome dela).

Quando um livro de uma amiga desapareceu e apareceu estragado a Leonor tinha estado a ler e a “Maria” acusou-a de o ter estragado. A Leonor ficou de coração partido, porque todos acreditaram na “Maria” e ninguém acreditou nela. Ao jantar, contou a história, levantou-se da mesa para a recriar, pensou nas motivações da “Maria” (“se calhar ela viu-me com o livro e pensou que tinha sido eu”, “se calhar ela não gosta de mim”, “se calhar foi uma amiga dela e ela quer desviar as atenções e proteger a amiga e diz que fui eu, se calhar foi outra pessoa”), procurou soluções – “vamos investigar como detetives para perceber quem foi”, “vamos perguntar a toda a gente”… Foi claramente uma situação que a perturbou imenso e que ainda hoje é lembrada com frequência.

Noutro dia ela começou com uma conversa, um bocadinho confusa, de como se sentia triste porque não conseguia ser “má” para as amigas, quando elas se portavam mal. Com algumas perguntas explicou que não conseguia dizer à professora quando uma amiga fazia uma coisa com que ela não concordava.

Então começamos a ver cada situação: há uma amiga que quer que ela ensaie um esquema de dança em todos os intervalos, e se ela não ensaiar, ameaça que a Leonor não pode entrar no espetáculo. A Leonor queria queixar-se à professora – nós conversámos e chegámos à conclusão que o melhor é a Leonor dizer simplesmente à amiga que não quer estar sempre a ensaiar, e chegarem a um compromisso – ensaia um bocadinho e depois pode brincar. Fizemos até um bocadinho de role play, com ela a ensaiar como dizer.

Houve outra situação, um bocadinho diferente: quando a Leonor levou um microfone da Violeta, presente de Natal, para a escola, a “Maria” tirou-o das mãos e quando a Leonor o pediu afastou-a e esticou-se de braço no ar para ela não lhe chegar. Aí não havia duvidas para nós, não é um comportamento de amiga, nem uma atitude aceitável. Se uma criança se comporta assim é melhor insistir e se ela não dá, falar com a professora e expôr a situação.

É grave? Não é, mas é desagradável e se é recorrente, não será que se pode agravar?

No outro dia a Leonor foi comigo à gravação do programa Faz Sentido na Sic Mulher. Na véspera levei as duas filhas ao cabeleireiro para cortar o cabelo e penteá-la direitinho como ela quis, porque ia vestida de Branca de Neve.

Estava felicissima e encantada com o seu cabelo esticadinho (queria mesmo ter o cabelo de uma Rapunzel), mas quando chegou à escola, a primeira coisa que a “Maria” lhe disse foi que o cabelo estava feio. A Leonor ficou de coração partido, e confessa que chorou e tudo.

O que dizer? Claro que a imagem não é importante, que a opinião da “Maria” não deve interessar para nada, mas custa ver uma filha a sofrer – e a verdade é que sempre que ela está próxima da “Maria” fica calada, fecha-se – ao ponto da “Maria” perguntar trocista se a Leonor tem vergonha, em frente aos pais.

O Frank falou brevemente com a mãe da “Maria”, disse-lhe que a Leonor fica incomodada com algumas das atitudes dela, e a mãe estranhou e minimizou, diz que a filha não é nada assim em casa.

Nada disto é grave, não é – há situações muitíssimo piores – mas custa-nos ver uma filha sofrer. Sobretudo gostava de lhe dar autoconfiança e assertividade para se impôr, para nesta e noutras situações ser capaz de se afirmar e não sofrer.

O que podemos fazer para a ajudar?

Nós temos conversado com ela, ajudado com roleplay – ela ensaia o que dizer em cada situação, digo-lhe o que pode dizer, como dizer, numa próxima situação.

Já percebemos que há outras crianças incomodadas pela “Maria”, propomos que se alie, que se protejam umas às outras. Quando eu tinha 11-12 anos juntei-me com duas amigas contra uma amiga que (consciente ou inconscientemente) nos fazia mal e não só resultou, como somos até hoje as 3 melhores amigas de sempre. Conto-lhe um bocadinho desta história, para perceber que isto não acontece só a ela, e que pode superar esta situação.

Que mais podemos fazer?

Faz sentido falar com os pais numa situação assim, tão soft?

Falar com a própria criança? Eu sinto-me uma leoa a defender uma cria, mas a outra também é só uma miúda.

Devemos falar com a professora para estar alerta?

Falar com os pais de outras crianças?

Dicas, testemunhos e sugestões agradecem-se!


26 thoughts on “E se a nossa filha sofresse de bullying?

  1. Depois de ler o teu testemunho entendo um pouco o outro lado … O lado dos pais ….
    Quando estamos em sala muitos desses momentos passam-nos ao lado no meio de tantas solicitações…
    Acho que seria de abordar o tema com a educadora para que ela esteja atenta ao situações dessas e até as possa trabalhar em grande grupo afim de ultrapassarem em conjunto essas fases .
    Eu como educadora gostaria de saber essas ansiedades dos pais….

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    1. Imagino que não seja fácil, e no primeiro ciclo com tantos objetivos ainda deve ser pior. Receio que não haja muito tempo dedicado a trabalhar a empatia, a solidariedade e este tipo de temas. Ainda assim vale a pena falar com a professora, para a sensibilizar e estar alerta. Beijinhos grandes Ana!!!

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  2. Olá Mariana,

    Deparo-me exatamente com o mesmo problema, em causa uma suposta “amiga” que até anda com a minha filha desde o berçário (agora estão na 2ª classe). Por vezes a minha L. também chega a casa com essas frustrações, ou porque a V. lhe puxou a mochila, ou porque lhe disse que se não fizesse determinada coisa nao era amiga dela, ou porque lhe deu um boliscao na cara. E eu fico de coração apertadinho. A minha L. pede-me para falar com a V., mas eu rebato me sempre com essa solução dizendo-lhe que isso só vai piorar a situação, que tem de ser ela (a L.) a resolver esse problema. Tento ajudá-la dando-lhe as respostas que ela deve dar, as formas de reagir perante essas situações, mas depois fico cheia de dúvidas, porque a minha vontade era mesmo pegar na V. e virá-la de cabeça para baixo, dizendo-lhe q ela está tramada se volta a fazer isso à minha menina!! 😀 Mas nao podemos, acho que temos de continuar a “dar-lhes” ferramentas de defesa e a estar atenta, nao vá o problema crescer e aí sim teremos de atuar!
    Boa sorte para esse lado, que nós por aqui vamos continuar a “lutar”
    beijinhos e muitos parabéns pelo blog e site

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    1. Muito obrigada pela partilha, não é nada fácil vermos os nossos filhos sofrer e apetece mesmo proteger, mas como diz, só podemos mesmo proteger dando-lhes ferramentas para se defenderem. Um beijinho grande e muita sorte também desse lado! 🙂

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  3. Também sou mãe. Gostei de ler este post, pois embora não esteja a passar por uma situação semelhante, também me preocupo que o meu filho possa vir a sofrer de bullying. Não considero o que descreve uma situação “soft”, embora compreenda que há outras bem piores. Eu no seu lugar, não minimizava nem “varria para debaixo do tapete”: falaria com a mãe da criança (não com a criança sozinha, que às vezes os pais podem não gostar), falaria com a professora, falaria em reunião de pais, e digo lhe mais, se a situação continuasse, eu falaria muito a sério com a direcção da escola, ou até, porque não, falar com a prof e convocar uma reunião de todos os pais dos meninos da sala para se falar sobre bullying. Não para apontar o dedo àquela criança em particular, mas para se FALAR sobre o assunto. Isto é como os abusos sexuais : O melhor amigo do agressor é o silêncio. Depois logo vê: Se os pais dessa “Maria” forem arrogantes e mal educados, aí já é mais complicado, se não , talvez possam conversar todos e eles falarem com a filha… De resto, não sei que idade tem a sua filha mas acho que está a fazer um excelente trabalho, ao falar com ela, ouvi la, tentar encontrar estratégias para resolver, etc. Está a fazer mt bem! Eu tenho 40 anos, fui vitima de bullying aos 12\13, uma das situações muito parecida com a da sua filha (acusaram me injustamente de roubar uma coisa e ninguém acreditou em mim) e os meus pais so diziam “não ligues”…… Eu hoje como mãe, se me visse confrontada com uma situação dessas com o meu filho, fazia trinta por uma linha!!!!!!!

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    1. Susana, uma das minhas preocupações é mesmo essa – estaremos a facilitar demasiado e não dar importância a uma situação que para ela é obviamente importante? estaremos a exagerar na nossa preocupação, sendo uma situação que não é obviamente de agressão? Quão grave é a situação? Quão grave tem de ser para, por exemplo, convocar uma reunião de pais? E falar-se de bullying, abertamente, entre todos os pais, e com as crianças? Muito obrigada por partilhar a sua experiência pessoal, é importante saber, lembrar, o que sentimos, quando sofremos na pele uma situação assim. Beijinhos, e que o seu filho nunca venha a passar por isso!

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  4. “Sofro” do mesmo problema.
    Todas as conversas que temos, toda a ajuda que damos, a maneira como agir em certas e determinadas situações, o que pode dizer, acabam sempre por ir por água abaixo, pois a crueldade dos outros meninos, vai sempre mais além, daquilo que pensamos ser possível. Falar com os pais desses meninos, ajuda, mas quando eles estão dispostos a acreditar, que talvez os seus filhos sejam capazes de fazer isso e tentarem perceber o porquê de o fazerem, porque se assim não for o resultado não é muito bom.
    Uma das maiores ajudas que podemos dar aos nossos, é estarmos sempre disponíveis para os ouvir e ajudar a ultrapassar os obstáculos e fazê-los acreditar que não são eles que estão errados.

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    1. Muito obrigada por partilhar, e é super importante o que diz, Sandra: fazê-los acreditar que não são eles que estão errados. Porque é tão perigoso eles sentirem que a culpa é deles, que são eles que estão mal, que não podem fazer nada para evitar. E é muito bom estar disponível para ouvir, e que os nossos filhos falem, porque pior é mesmo não falarem. Um beijinho muito grande, que tudo se vá resolvendo e os obstáculos vão sendo ultrapassados da melhor forma possível! ❤

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  5. Passo mais ou menos pelo mesmo. O que digo veemente à minha filha é que tem que se defender. Custe o que custar. Se lhe dão, ela dá. Se lhe gritam, ela grita. Porém, tenho a educadora e auxiliar que lhe dizem que não se faz essas coisas aos “amigos”… então e os amigos podem?… E eu mesma já cheguei a repreender uma miúda que era mais velha que a minha uns 3 anos porque se ninguém faz, eu faço. Se os pais da outra não querem saber, eu quero da minha. O incentivo passa por “domesticá-las” a defenderem-se pelos próprios meios. Infelizmente, não vamos estar cá sempre… e eu quero que ela se saiba defender sozinha. Só quero que seja feliz e não me apareça numa sarjeta ou venha a aprender a música do R. Kelly I believe I can fly pelos piores motivos. Força e mantenha-se rija.

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    1. Uma boa sugestão que me deram, numa situação que envolvia violência física, foi inscrever a filha numa arte marcial, tipo tae-kwon-do, para ensinar a defender-se e a ganhar auto-confiança. Obrigada pela partilha Alexandra, vamos pensar nisso também. 🙂

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  6. Olá, bom dia. Eu sou mãe de 3, a mais velha com 8anos, acabados de fazer, tem problemas em se adaptar à escola. Está no 2° ano, a escola foi novidade, as amigas também! E eu revi neste artigo o que acontece com ela. Há um grupo de meninas que são más para ela, que acham que são crescidas e nem percebem como por vezes ferem com a sua arrogância. A minha filha sofre calada geralmente, por vezes isola-se, leva um livro para ler nos intervalos. No geral sei que se metem com ela porque ela não se defende.. ela acha que todos devem ser amigos, que não se bate nos amigos. E nós que já passamos por isso sabemos que às vezes os “amigos” nunca o foram… é uma criança com pouca autoconfiança. Eu tento ajudar, faze-la compreender como deve agir ou então que as vezes ignorar é a melhor forma mas na verdade não sei muito bem como ajudar. Tal como disse no artigo, até que ponto se deve falar com os pais ou até que ponto posso estar sempre a “incomodar” a professora. Também sou como uma leoa a proteger as crias e infelizmente parece que ajuda-los a ser corretos não resolve os problemas. Obrigado pelo artigo tenho a certeza que muitos pais, infelizmente, se identificam.

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    1. Muito obrigada pela partilha, Ana. Eu identifico-me porque era uma criança assim, que preferia muitas vezes um livro a outra brincadeira, super timida. Para mim fez-me bem ter feito atividades tipo expressão dramática, mas era mais velha. Outra sugestão que me deram, numa situação que envolvia violência física, foi inscrever a filha numa arte marcial, tipo tae-kwon-do, para ensinar a defender-se e a ganhar auto-confiança.
      A questão dos “amigos” é curiosa – as crianças aprendem desde sempre que são todos amigos, e cria uma certa mbiguidade: não podemos magoar os amigos porque são amigos, mas eles podem-nos magoar-nos a nós. Custa explicar a uma criança que não são todos amigos, que não têm de (nem devem) aceitar determinados comportamentos, o que é evidente para nós, adultos, mas é chocante para crianças com a natural e maravilhosa ingenuidade da infância.
      A mim custou-me escrever, espero que ajude outros pais a perceberem que não estão sozinhos. Um beijinho muito grande e força para a sua filha, que seja sempre e muito feliz! 🙂

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  7. Eu tenho 33 anos e fui vítima de bullying durante quase dois, entre os 10 e os 12, por meninas que à frente dos outros eram minhas amigas e nas costas me faziam a vida negra. Que me recorde não me chegaram a bater, só a fazer jogos psicológicos e a contar histórias aos meus pais que eram mentiras pegadas. Deixei de querer ir à escola e assim que se aperceberam do que se passava os meus pais levaram-me a uma psicóloga e fizeram o que de melhor sabiam para me ajudar a ter autoestima, coragem e a não ter medo delas. A frase “não começas lutas com ninguém mas se te derem uma tu dás duas” deixou de fazer sentido no dia em que não sei como me dirigi à maior delas todas e lhe bati até perder as forças (e ela era bem maior que eu). Provavelmente não é o conselho que se dê a um filho, mas se eu soubesse o que sei hoje, jamais teria passado aquele inferno.

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  8. Ola Mariana! Na minha opiniao esta a fazer o que é necessario. Falar com a sua filhota, faze-la refletir para chegar aos comportamentos que deve ter e praticar com ela (role play) parecem-me estrategias muito acertadas. Tambem o explicar e mostrar que é bom partilhar e ser amigo de quem nos trata bem. E que nos devemos afastar de quem nos trata mal ou nos deixa desconfortaveis. Afinal, as vitimas sao-no porque se colocam nessa situacao. Logo, a melhor defesa é a propria pessoa saber lidar com a situacao.
    O que eu faria mais? Garantidamente, colocaria o problema à professora para que ela estivesse atenta e pudesse tambem ajudar com o seu contributo e intervencao. Evitaria nesta fase (k não parece grave – ainda) falar diretamente com os pais da crianca, mas convida-la-ia p fazer algo com que a sua filha se sentisse confortavel: uma ida ao cinema, um lanche, um passeio de trotinete, … Quem sabe, consegue ter um curto dialogo sobre amizade com as 2 garotas. E melhor, quem sabe a outra menina fica sensibilizada e ‘eleva’ a sua menina a ‘amiga’ 🙂 Não esquecer que, habitualmente, as criancas que hostilizam sao criancas carentes de afeto e atencao… se lhe der isso, ela certamente ‘agradecera’ 🙂

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  9. Também tenho uma Leonor (7 anos) que há bem pouco tempo passou por situações parecidas. Chegou a ser agredida, chamaram lhe nomes feios e cuspiram lhe. Falei c a professora e com a mãe de uma das “Marias”. Decidimos que iriam passar uma tarde em casa uma da outra…. Nem foi preciso uma conversa da professora e nos as 4 (mães e filhas) resolveu o problema. Hoje são as melhores amigas. Veremos por quanto tempo…

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  10. Cá em casa infelizmente estamos a viver uma situação destas… A minha filha (A) tem 12 anos e a outra menina (R)também. Mas ao contrario da sua história com factos e episódios concretos no colégio da A é tudo dessimulado, São tudo intigras e mais integras um horror, parece que palpável não há nada. Se cruzam olhares durante a aula a menina R revira-lha o olhos, quando passa por ela começa a falar alto. E como essa criança tem uma autoestima muito baixa muda de personalidade conforme o vento: faz de santa, de diabo, mente aos pais, conforme dá jeito. A A é uma menina com muitos amigos e alegre e talvez por isso crie invejas pelos outros que não são tão populares. Mas ao mesmo tempo é frágil e doce e vai a baixo com toda estas pessões. Já chorou e muito…. ai as dores de mão são as piores
    Eu acho que os pais não devem falar entre eles, pois podemos ferir suscetibilidades. Não sabemos como irão reagir, pode ser pior. Muitos pais não tem “aquela” relação com os seus filhos e nem conhecem as suas reações. Eu acho que devemos falar com os professores ou com o Director de turma e o quanto antes. Podem até não fazer nada. Mas para estarem atentos. Ás vezes basta um olhar de um adulto para que a criança agressora se sinta de alguma que está a ser rempreendida
    Acho também que devemos falar pelo menos com uma amiguinha das nossas filhas para ela se sentir apoiada e com força.
    É dificil aceitar que há crianças más e capazes de maldades terriveis mas existem (nós fomos crianças e lembramos nos pelo menos de 1 ou 2 histórias)

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    1. É terrível como algumas crianças podem magoar outras, e como é tão difícil identificar este tipo de situações de fora. Espero que a sua filha consiga ultrapassar esta situação, e as suas sugestões são muito boas – acho que devemos falar com os professores e que é uma boa ideia que as amigas se apoiem para se protegerem. Muito obrigada por partilhar ❤

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  11. Olá boa noite,
    a minha filha passa exatamente pelas mesmas situações descritas nos mails acima e também provocadas por amigas, melhores amigas. De vez em quando fazem-lhe tropelias para a fazer cair e depois fazem observações acerca do facto de andar sempre a cair. A minha filha é uma criança muito doce. Incuti-lhe desde sempre que não deve provocar…não deve bater…e tudo o resto…principios, mas confesso que neste momento, já não sei se fiz bem, porque ela por vezes não reage. Também faço role plays com ela para que consiga reagir, defender-se e tornar-se indiferente aos comportamentos das amigas, mas sempre com o coração apertado porque aflige-me não poder fazer mais do que o que faço: ouvir, partilhar experiências, motivar e encentivar à defesa e indiferença.

    No entanto, e porque o ser humano, necessita de ter o sentimento de pertença, e de ser aceite, nem sempre é fácil a minha filha arranjar a defesa necessária para não sofrer.

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    1. Boa noite Rita, é terrível ver as nossas filhas a sofrer e nunca sabemos se as educámos bem ou não – gostava de saber como educar as minhas filhas para serem resilientes, para não ligarem às “amigas” que por vezes não o são e não serem magoadas com os seus comentários e atitudes. Um beijinho para vocês, espero que seja uma princesa muito feliz!

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  12. Olá Mariana, sei perfeitamente o que sente…. nem sei como descrever o que aconteceu à minha filha Beatriz tinha ela 9 anos e andava no 3º ano…ainda não é fácil…. Dia 1 de Junho vou eu trabalhar logo pela manhã depois de levar a minha filha para a escola e durante o caminho ligo para a minha mãe preocupada para pedir uma opinião … pois nesse dia estranhamente a Beatriz começa a chorar quando lhe queria vestir uns calções… achei surreal para uma menina que adora calções, saias… não queria e ponto… fiquei com a pulga atrás da orelha longe de imaginar o que ia descobrir… conto a situação à minha mãe quando ela me diz que a minha filha na semana anterior lhe confidenciou que as “melhores amigas” tinham tentado meter a cabeça dentro da sanita da casa de banho da escola e não queria que eu soubesse…..paralisei….congelei…..fiquei com a cabeça à roda…… tinha que ir trabalhar….mas como, se não pensava em mais nada… meu instinto foi ligar para a escola pedir para falar com a professora… e nesse dia à hora de almoço estava lá eu… falei com a professora que não acreditava, pareciam todas tão amigas… foi chamada a Beatriz e à minha frente e da professora, disse coisas que ainda hoje me custa lembrar… eram um grupo de 4 meninas incluindo a Beatriz onde existia uma “lider” que para ser sua amiga e estar no grupo tinha desde comer relva, não podia vestir saia, calção senão nesse dia andaria sozinha, disse-me que o fio que tinha perdido foi mentira deitaram-no ao lixo, dizia á minha filha o que podia e não podia fazer e para acabar era obrigada a fingir que estava tudo bem e que não se passava nada, mas obrigar meter a cabeça na sanita foi demais …fiquei perplexa…. como podem ser tão más… tão pequenas…. a professora falou com a tal menina e com os pais… mesmo assim minha filha não ficou bem, teve terapia ,psicologo durante um ano o que a ajudou muito, mudou de escola porque me pediu imenso ao ponto de não se importar de ir sozinha para 5º ano sem conhecer ninguém e no caso ajudou muito..hoje tenho uma Beatriz com 11 anos mais confiante que já consegue dizer não a quem que quer seja mas eu claro sempre em cima , sempre muito atenta, tentando sempre transmitir o que é realmente o valor de uma verdadeira amizade, ainda não conseguiu, mas
    estou certa e digo-lhe sempre que na hora certa vai encontrar a tal “BFF- best friend forever” !!!!

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    1. Olá Sofia, muito obrigada por partilhar a história da sua filha. Tem estado todo o dia na minha mente, porque a situação que ela passou é horrível, custa a imaginar que crianças possam ser tão cruéis e manipuladoras. Nem imagino o que terão sofrido! Fico muito feliz por saber que ela parece ter ultrapassado a situação, espero que não lhe deixe marcas e que seja muitíssimo feliz, com amigas verdadeiras. Um beijinho muito grande para vocês!

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  13. Olá Mães! Então e como devo preceder quando a professora me responde que é normal os meninos serem cruéis uns com os outros quando fui alertá-la para uma situação semelhante? E quando falei com a mãe da “Maria” e a mãe me diz que a filha dela nunca faria uma coisa daquelas apesar da “Maria” ter admitido à frente da mãe que não tinha sido correcta!, e quando fui falar com a Direcção Pedagógica e a Diretora me diz para não dar importância porque a “Maria” é filha de um dos membros da direcção da escola? O que é que posso fazer? Fazer queixa ao Ministério da Educação? Isto não pode ficar assim!!

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  14. A minha mais velha, com 4 anos, é também assim, muito sensível, influenciável porque quer “pertencer”, um doce de menina… Tivemos uma situação semelhante na escola, com uma menina com quem anda sempre. São as melhores amigas, mas a outra diz-lhe o que vestir, chama-lhe bebé, diz que não pode usar isto ou aquilo porque ela não gosta, etc. Ao início não demos muita importância, mas quando ela começou a chorar à porta da escola porque a sua “Maria” não ia gostar da trança ou da camisola, achei melhor agir. Falei com a educadora sobre o assunto, que ficou muito supreendida, já que a outra menina é extremamente calma e bem comportada, mas prometeu estar atenta, e ter uma conversa com todos os meninos sobre a amizade e os gostos e afins, sem especificar ou nomear. Ao mesmo tempo, temos tentado trabalhar o empowerment dela em casa… A verdade é que as coisas melhoraram, ela vem mais feliz, diz que a “Maria” disse que ela era uma “crescidíssima”, e que são muito amigas. Mas é uma questão que me preocupa. Até que ponto poderá ela ter “feitio de vítima”, até que ponto a posso ensinar a ser independente e fazer o que quer e não o que os “amigos” mandam? Até que ponto a posso proteger?…

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    1. Percebo perfeitamente a sua questão Sofia, porque o meu post partiu também dessa duvida – como posso educar a minha filha para não ser uma vítima? Nós temos trabalhado em casa com ela, e ela parece-me estar muito mais feliz e em melhores termos com a “amiga Maria”, mas é sempre uma preocupação.

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